Comumente vemos filmes de futuros que narram guerras entre robôs e humanos. Nesses filmes a humanidade geralmente decai em frente a um ciborgue que se parece muito conosco, mas tem a facilidade de ser uma máquina mais inteligente e com mais poder de fogo. Em Matrix, clássico de 1999, acompanhamos a saga de Neo que vive dentro de uma simulação criada por máquinas para aprisionar humanos, usando-os como baterias.
Recomendo não só reassistir a trilogia original (Ressurections, de 2021 não trás nada revolucionário) mas também assistir Animatrix, a animação que explica os eventos antes do simulacro ser construído, a guerra entre máquinas e seres humanos e também a decadência de ambos.
Outros filmes, como Wall-E (2008), Blade Runner (1982) e Exterminador do Futuro (1984) também se envolvem na mesma trama, sempre mostrando cenários apocalípticos ou ainda bem distópicos, mas que nos trazem reflexão sobre os impactos das inteligências artificiais (IA) na sobrevivência ou extermínio humano.
Recentemente a empresa OpenIA, co-fundada por Elon Musk, do Twitter e Tesla, lançou a IA ChatGPT, uma espécie de chatbot (aqueles que conversamos no suporte de bancos ou no call center por texto) que anda assustando as pessoas, de uma forma até feliz. O mecanismo do robô funciona basicamente assim: você pode inserir textos, músicas, código de programação e pedir para o robô fazer alguma ação. O exemplo abaixo mostra o usuário solicitando uma lista de compras para uma festa de aniversário de uma pessoa de 40 anos para o ChatGPT:
Ao final o robô ainda faz ressalvas que se deve entender as preferências da pessoa e também levar em consideração a quantidade de convidados da festa. Outros exemplos podem ser encontrados na internet facilmente, como quando se pede para ele melhorar um código de programação, ensinar a adotar um cão, como escolher uma roupa e etc.
Mas como ele faz isso? Bom, ele é treinado. Apesar da mágica que as pessoas comumente acham que as máquinas funcionam, eIas geralmente trabalham a partir de métodos de aprendizado comuns. O ChatGPT teve acesso por meio dos seus desenvolvedores a vários textos e a várias respostas a essas questões, numa quantidade absurda, ranckeando as melhores respostas, bem com a veracidade das mesmas.
Portanto, a IA funciona como uma biblioteca de respostas, mas que consegue organizar de forma sintática (na linguagem humana). Em especial, o ChatGPT funciona com base própria, ou seja, ele não consulta a internet para encontrar as soluções - desse modo ele garante também que fake news, comportamentos de usuários e pesquisas imprecisas entrem no seu "cérebro". Abaixo questionei o ChatGPT se ele conhecia nosso site e ele respondeu o óbvio baseado em seu mecanismo: ele não consegue acessar a internet para pesquisar:
Outro exemplo de IA que funciona com aprendizagem, mas nesse caso utilizando o comportamento das pessoas que interagem com ela, é a Tay, da Microsoft. No Twitter em 2016 ela foi usada como um exemplo de IA interativa, mas menos de 24 horas depois foi retirada, pois passou a se comportar de forma racista, transfóbica e até com conteúdo nazista, tendo em vista os textos que foram inseridas nela, deturpando a ideia original de ser um chatbot interativo e agradável.
Então, temos dois modelos (mas existem mais): aqueles que aprendem controladamente e aquele que aprende com interação humana. De fato, pensar que o modelo mais evolutivo seja o que aprende interagindo, mas entramos num embate até filosófico bastante tenso: queremos criar algo se assemelhe conosco ou melhor que nós? Queremos que as inteligências adquiram nossos comportamentos ou saibam determinar o certo e errado? Até que ponto existe esse paradigma de certo e errado? Como treinar uma tecnologia superior tendo em vista que vivemos numa sociedade não evoluída? Daí vem nossos medos com o futuro. Criaremos seres com a nossa mentalidade, mas mais poderosos? Estaremos criando apenas cópias nossas na esperança de vivermos eternamente? Lidaremos com o que no futuro? No futuro nossos destinos seriam organizados por uma grande IA que determinaria a "paz" entre humanos?
Gosto muito do episódio da série de animação com temática futurista “Love, Death and Robots”, da Netflix, chamado “Quando o Iogurte Assumiu o Controle”, em que um organismo lácteo (um iogurte) ganhou inteligência através de pesquisas científicas. Por ser totalmente sábia, rascunhou o futuro da humanidade e um plano para a sociedade. Mas esse plano não beneficiava os políticos e acabou sedo recusado. No fim houve guerra.
Recomendo assistir outras séries como “Black Mirror”, filmes como “O Homem Bicentenário” (2000) e a animação “Ghost in a Shell” (japonesa de 1996) para um possível vislumbre; principalmente nos episódios que você sente que não entende muito bem, porque aí você deve levantar as questões que pontuei anteriormente e outras mais sobre o que é viver, o que é vida, políticas, moral e arrogância.
Abaixo alguns experimentos que fiz com o ChatGPT:
a) Perguntei como fazer o melhor post para blogs:
b) b) Depois questionei qual o melhor plano estratégico para construir uma inteligência artificial melhor:
c) c) Questionei também qual seria a melhor roupa para uma festa de formatura: uma camiseta básica ou um terno:
Fontes:
https://www.startse.com/artigos/chatgpt-openai-o-que-e/
https://pt.techbriefly.com/10-melhores-exemplos-de-uso-do-openai-chatgpt-tech-67780/