Uma publicação de Paul Buchheit, criador do Gmail, causou alvoroço nos últimos tempos. Segundo ele e a publicação, o Google está a poucos passos da sua ruína.
“O Google pode estar a apenas um ou dois anos da disrupção total. A IA (Inteligência Artificial) eliminará a página de resultados do mecanismo de pesquisa, que é onde eles ganham a maior parte de seu dinheiro”, disse o programador americano.
Pelo contexto, e por citar a página de resultados, acredito que a quebra virá pela não exibição de anúncios – ferramenta que outras plataformas que oferecem recursos livres, como Youtube e Spotify, e até jogos, utilizam para monetizar os acessos dos clientes sem lhes cobrar assinatura – principalmente das empresas que contratam o Google para aparecer no topo da página como resultados mais relevantes.
Para quem não entendeu bulhufas do que é o ChatGPT, leia meu outro artigo no Link: Para onde a Inteligência Artificial vai nos levar?
Tendo sido desenvolvida pela iniciativa OpenAI, um aglomerado sem fins lucrativos de pesquisadores em inteligência artificial, o ChatGPT fez parte do projeto já recebeu mais de 10 bilhões de dólares nos últimos 5 anos em investimentos. O detalhe é que um dos doadores para a iniciativa é a Microsoft – concorrente direta da Google em vários serviços.
De fato, a Alphabet, grupo que controla a marca Google, já está demandando esforços para incrementar seu mecanismo de busca numa tentativa inicial de pelo menos equiparar ao ChatGPT com o projeto “Atlas” e um chatbot chamado “Apprentice Bard”.
A CNBC, canal de notícias sobre negócios americana, testou o novo recurso e incluiu como um de seus diferenciais a possibilidade de consultas de assuntos novos – característica que o ChatGPT não possui. Num experimento interno, o chat foi questionado se o Google terá nova ondas de demissões e a IA respondeu que possivelmente não, tendo em vista o aumento de 34% das receitas do Google de 2021 para 2022 e crescimento do valor das ações desde janeiro de 2022. Ou seja, a IA já consegue fazer consultas online e fazer análises preditivas.
O próprio ChatGPT precisa de grandes melhorias. Como, por exemplo, em vários posts na internet podem ser relatados testes de lógica onde o bot falha miseravelmente.
Pergunte ao ChatGPT, e veja sua reação: a mãe de João teve três filhos: Pedro, Lucas e um terceiro. Qual o nome do terceiro filho? Agora diga que ele está errado. É bastante engraçado sua elegância nos pedidos de desculpas.
Fato é que a IA está avançando com força sob todos os aspectos da nossa vida. Carros inteligentes, casas inteligentes, máquinas de trabalho inteligentes. Robôs da Boston Dynamics já conseguem se movimentar levemente e a atender em locais que seres humanos não são capazes de alcançar ou sobreviver. Veja o SN3 – Nova abaixo, robô baseado num cão para reparos técnicos:
Podemos pensar em futuros distópicos muito próximos e possíveis, como as sociedades com robôs simulados de Animatrix e a substituição de órgãos reais por próteses artificiais de Ghost in the Shell. Muitas automações tomarão conta das nossas vidas e substituirão nossa capacidade de racionalizar e criar. O medo real será: o que nos restará de motivação para viver?