A cenografista e atriz, Hariel Revignet, conta que cada momento de preparação de Ancestrais, a Benção foi desenvolvida em etapas: vivências no Quilombo Kalunga, vivências de terapias nas águas, vivência com as mulheres indígenas e os ensaios.
“As vivências nos permitiram criar um roteiro, da performance, baseado nos encontros. A água é berço da memória das confluências indígenas e das diásporas africanas e que nelas encontram laços entre o passado, o futuro e o presente”, enfatiza.
A diretora de arte Daya Gomes, mãe da adolescente Niashya Sofia (outra participação especial), fala da relevância e significado da peça.
“É importante, porque é um lugar muito forte para que fiquemos vivas. É importante, porque nós nos dispomos a cuidar, a aprender juntas e como seguir de um jeito menos adoecedor em nossas trajetórias”, esclarece.
Daya ainda acrescenta que o nome Ancestrais, A Benção vem no sentido de ser abençoadas pelas matriarcas e o quanto o ‘ser abençoada’ é sagrado. “A ideia é chamar atenção para nossas questões. O amor, a pausa, o território, a ancestralidade e os saberes que nossos corpos carregam”.
A atriz e cantora, Nina Soldera, define que Ancestrais, a Benção é um território livre, recriado pela arte e pelo rito, com a intenção de ampliar a benção que se recebe das mais velhas e das mais novas.
“Estou emocionada por performar pela primeira vez com minha filha (Amora -10 anos, que faz participação especial na performance), entendendo a arte como território sagrado de bênçãos e afeto.”
“As histórias das anciãs nos inspiram. Todo o caminho e tecnologias que os parentes desenvolveram para sobreviver é a nossa maior força. No nosso encontro retomamos saberes e recriamos realidades que também acreditamos”, relata a atriz Flávia Honorato.
Por fim, Roberta define que a apresentação mostra que a humanidade está em um presente, mas o caminhar veio de longe. “Queremos apontar para um futuro possível para nós e para as nossas. Somos mulheres indígenas, negras e não brancas, cada uma representante de uma ancestralidade, que possui uma grande história e imensas memórias”.
Serviço
O que: Performance Ancestral, a Benção
Onde: Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás, no Setor Leste Universitário, Avenida Universitária, 1533, Goiânia.
Quando: 20 e 21 de maio às 19 horas e 22 de maio às 14 horas.
Entrada franca, classificação livre- os ingressos devem ser retirados na bilheteria do Centro Cultural da UFG com 30 minutos de antecedência do espetáculo.
Haverá uma equipe de acessibilidade de audiodescrição, tradução de libras e alguns recursos de sensibilização para as pessoas que não enxergam.