Mulheres indígenas e afro-diásporas estreiam performance

Performance Ancestrais, a Bênção, celebra as ancestralidades Afro-diaspórica em Goiânia e conhecimentos recebidos pelas avós

Por: Redação
15/05/2024 às 13h53 Atualizada em 17/06/2024 às 11h16
Mulheres indígenas e afro-diásporas estreiam performance
Apresentação da Performance Ancestrais, em 2019, na Praça do Violeiro, Setor Urias Magalhães, Goiânia. Em ação Roberta Rox, Hariel Revignet, Flávia Honorato, Nina Soldera, Niashya Sofia, Daya Gomes, Mirna Anaquiri e Hevilin (Foto: Ju Cordeiro)

A cenografista e atriz, Hariel Revignet, conta que cada momento de preparação de Ancestrais, a Benção foi desenvolvida em etapas: vivências no Quilombo Kalunga, vivências de terapias nas águas, vivência com as mulheres indígenas e os ensaios.

“As vivências nos permitiram criar um roteiro, da performance, baseado nos encontros. A água é  berço da memória das confluências indígenas e das diásporas africanas e que nelas encontram laços entre o passado, o futuro e o presente”, enfatiza.

A diretora de arte Daya Gomes, mãe da adolescente Niashya Sofia (outra participação especial), fala da relevância e significado da peça.

“É importante, porque é um lugar muito forte para que fiquemos vivas. É importante, porque nós nos dispomos a cuidar, a aprender juntas e como seguir de um jeito menos adoecedor em nossas trajetórias”, esclarece.

Daya ainda acrescenta que o nome Ancestrais, A Benção vem no sentido de ser abençoadas pelas matriarcas e o quanto o ‘ser abençoada’ é sagrado. “A ideia é chamar atenção para nossas questões. O amor, a pausa, o território,  a ancestralidade e os saberes que nossos corpos carregam”.

A atriz e cantora, Nina Soldera, define que Ancestrais, a Benção é um território livre, recriado pela arte e pelo rito, com a intenção de ampliar a benção que se recebe das mais velhas e das mais novas.  

“Estou emocionada por performar pela primeira vez com minha filha (Amora -10 anos, que faz participação especial na performance), entendendo a arte como território sagrado de bênçãos e afeto.”

“As histórias das anciãs nos inspiram. Todo o caminho e tecnologias que os parentes desenvolveram para sobreviver é a nossa maior força. No nosso encontro retomamos saberes e recriamos realidades que também acreditamos”, relata  a atriz Flávia Honorato.

Por fim, Roberta define que a apresentação mostra que a humanidade está em um presente, mas o caminhar veio de longe. “Queremos apontar para um futuro possível para nós e para as nossas. Somos mulheres indígenas, negras e não brancas, cada uma representante de uma ancestralidade, que possui uma grande história e imensas memórias”.

 Serviço

O que: Performance Ancestral, a Benção

Onde: Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás, no Setor Leste Universitário, Avenida Universitária, 1533, Goiânia.

Quando: 20 e 21 de maio às 19 horas e 22 de maio às 14 horas.

Entrada franca, classificação livre- os ingressos devem ser retirados na bilheteria do Centro Cultural da UFG com 30 minutos de antecedência do espetáculo.

Haverá uma equipe de acessibilidade de audiodescrição, tradução de libras e alguns recursos de sensibilização para as pessoas que não enxergam.

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